A Indecisão que me consome

A capacidade de decisão vai sendo aprendida ao longo da nossa história. A cada dia, no meu trabalho clínico, vejo pais trazendo filhos para terapia por falta de habilidades tão necessárias na vida como a decisão e autonomia. Quando começo a conhecer a história familiar dessa criança vejo, também, pais indecisos e sem autonomia. Como ensinar aquilo que não aprendi? Assim, o meu trabalho, muitas vezes, começa com esses pais voltando nas suas histórias familiares e ajudando-os a irem além das histórias de seus pais e daquilo que foi passado para eles numa outra época e em outro contexto. Conhecendo a nossa história podemos em muito ajudar os filhos. Mudanças dos pais, mudanças dos filhos.

A indecisão é uma paralisia e compreender essa paralisação e buscar com quem eu aprendi é o caminho para superá –la. Ela esta ligada ao medo de errar e com este medo não arriscamos e nos tornarmos dependentes de outras pessoas e sem autonomia. Não conseguimos responder por nós mesmos e não bancamos as nossas escolhas. Assim, ao mesmo tempo, que tem os indecisos, claro, tem alguém para resolver nossos impasses. A tampa e a panela, assim fica bastante cômodo, não é verdade?

“A crítica excessiva na infância e a dependência criada pela superproteção dos pais transformam qualquer pessoa em um poço de cautela e indecisão. Pessoas cujos pais que ao contrário sempre as encorajam a confiar em si próprias, a enfrentar riscos, mesmo “errando”, são mais decididas e por conseqüência, mais autoconfiantes e autônomas.” – Antônio Roberto

Decidir esta ligado a pagar algum preço, e isso não é fácil. Mas o que não sabemos é que a vida nos exige a pagar preços todos os dias, faz parte do crescimento. E mesmo as crianças precisam pagar preços. A cada idade ao longo do desenvolvimento ela poderá pagar um preço, mesmo que seja por não ter guardado os brinquedos. Dessa forma, além de esta dando/ensinando a criança a ter autonomia e decidir certas coisas pertinentes a sua idade, elas, também, poderão aprender a perdoar e, principalmente, a se perdoar pelas imperfeições, já que nossas dúvidas são aumentadas pelo medo de errar.

Mas, ao contrário disso, o mundo hoje não fala de imperfeições e nos vende a ideia do 100% perfeito. A crença e a busca pela perfeição nos deixa enrijecidos e indecisos e é isso que vem acontecendo com muitas famílias pós-modernas. Por exemplo, os pais com uma carga horária alta de trabalho tentam suprir este tempo com os filhos fazendo coisas por eles, fazendo as tarefas de casa deles e não com eles, contribuindo, assim para a formação de crianças indecisas, pouco criativas e sem autonomia. A réplicas de relógios indecisão impede de arriscar, e assim de aprender e crescer. Buscar a perfeição pode ser muito frustrante e trará pouco crescimento.

Texto da nossa conveniada Camila Lobato – Psicóloga / Psiscoterapeuta Sistêmica

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